'A HISTORY OF BAD DECISIONS': SAIBA TODA A HISTÓRIA DESSE EP


Hoje faz cinco anos desde o lançamento do segundo EP da banda, 'A History Of Bad Decisions'. Em comemoração desses anos, a Rock Sound fez uma entrevista onde eles contam sobre todas as histórias por trás do EP, como surgiram as ideias e o que estava por vir. Confira a tradução a seguir.

Cinco anos depois, Ben Barlow, o produtor Seb Barlow e o empresário Leander Reading-Gloversmith nos contam a história completa de um dos primeiros lançamentos do Neck Deep.
Cinco anos atrás, hoje (19 de fevereiro), Neck Deep lançou 'A History Of Bad Decisions', um EP de três músicas que os levou a ser um dos maiores quintetos do pop-punk britânico.
Falamos com as pessoas no centro da sua criação para descobrir exatamente o que era estar à beira de um fenômeno.

BEN BARLOW: "Eu sabia que este era minha última tentativa para viver da música. Havia um pouco de pressão nesse sentido. Foi uma espécie de primeira prova real que tivemos como uma banda. Depois de 'Rain In July', nós escreveríamos mais três boas músicas ou três músicas ruins. Havia um pouco de pressão. Era nossa chance de provar que não éramos apenas uma coisa passageira."

SEB BARLOW: "Com 'Rain In July', não tínhamos muitas expectativas. Era apenas 'vamos gravar músicas que queremos gravar'. Com 'A History Of Bad Decisions', era diferente. Porque já havia uma expectativa em cima de 'Rain In July', ainda estávamos nessa mesma mentalidade. Não havia pressão. Havia apenas uma sensação de 'vamos tentar e fazer mais do mesmo'. Penso que era exatamente naquela época que Leander tinha começado como nosso empresário, então também estávamos animados."

A chegada do video 'A Part Of Me' da banda e o EP de estreia 'Rain In July' provocaram uma grande onda de interesse. A banda nunca tinha feito um show, mas já eram a conversa da cidade no Tumblr.


LEANDER READING-GLOVERSMITH: "Eles lançaram 'Rain In July' sozinhos online, depois re-lançaram isso através da Pinky Swear e We Are Triumphant. Eles lançaram 'A Part Of Me' em maio e o EP em setembro de 2012. Então eu os encontrei entre setembro/outubro. Encontrei-os online e fiquei intrigado com o barulho. Em seguida, falei com eles e nós conversamos por e-mail. Na verdade eu conversava com o Seb. Ele estava atuando como seu representante na época e acabamos nos reunindo em Londres em 4 de dezembro. Esse foi o primeiro show em Londres e o segundo show deles."
"Nós conversamos sobre ideias e o que eu pensei que poderiam conseguir e o que eu pensei que poderia fazer com eles. Então eu vi o show e foi desconexo, mas havia 20 crianças mais ou menos perdendo a cabeça e senti como se pudesse ver para onde iriam a partir desse momento. Então começamos a trabalhar juntos. 'A History Of Bad Decisions' foi o primeiro projeto criativo que todos fizemos juntos, porque senti que eles precisavam provar que eram mais do que apenas uma banda de campanha e eles tinham mais neles do que 'A Part of Me'. Eu estava interessado em que eles lançassem algo novo."
"'Rain In July' não tinha pressionado a imprensa nem a mídia. Por isso, eu queria que lançassemos algo juntos para que pudéssemos lançar e fazer com que as pessoas falassem sobre. Essa é a premissa de 'A History Of Bad Decisions' e é por isso que são apenas três músicas. Era praticamente para preencher 'Rain In July' e fazer um álbum que valesse o material. Isso foi para provar que esta era uma banda real e não apenas um exagero do Tumblr."

SEB: "O processo foi praticamente o mesmo de 'Rain In July'. Penso que havia um pouco mais de orçamento. Todas as guitarras eram reais e gravadas, mas as baterias foram programadas. Elas não eram reais. Levamos um pouco mais de tempo nelas aliás, porque em 'Rain In July' elas eram muito mais difíceis e pesadas. Nós realmente não nos importamos com a humanização. Queríamos prestar mais atenção a isso em 'A History Of Bad Decisions'. No geral, foi uma mentalidade semelhante, pois essas três músicas foram re-lançadas mais tarde, classifico-as no mesmo EP com 'Rain In July'."

LEANDER: "Eu não me lembro muito sobre o desempenho real da banda. Lembro-me de que havia uma energia muito positiva que emanava deles e eles tinham uma conexão imediata com as crianças no local que os conheciam. Eles já estavam nutrindo isso. Eu estava vendo uma conexão entre fã/banda que geralmente demora mais de três meses para nutrir. Algo estava acontecendo. Os fãs não pareciam se importar que a banda não era particularmente rara. Ben ainda estava aprendendo a ser um cantor. Antes do Neck Deep, ele fazia covers acústicos no centro da juventude local em Wrexham. Não no regular."
"Havia um monte de polimento que precisava acontecer. Mas eu podia ver tudo naquele momento. Lembro-me de [revisitar] esse sentimento anos depois, quando eles saíram em turnê com o All Time Low, em Wembley."

BEN: "Eu não me lembro de sentir [a pressão] em um nível insano, mas definitivamente estava lá. Eu acho que só veio de nós mesmos, realmente. Eu não acho que ninguém mais estava realmente pressionando. Ou talvez eles estivessem, eu não sei. Sinto como se estivéssemos com um pouco mais de pressão sobre nós mesmos, mas as pessoas esperavam algo. As pessoas esperavam que continuássemos fazendo boa música. Tivemos a sorte de conseguir isso. Se nós tivéssemos seguido 'Rain In July' com algo ruim, as pessoas perderiam o interesse."
"Eu acho que foi a pequena ponte perfeita entre 'Rain In July' e 'Wishful Thinking' realmente. Isso mostrou algum tipo de progressão, mesmo nos nossos primeiros dias. As pessoas agora tinham um álbum completo de material."

Estava claro para todos que Ben estava separando a banda do resto, e ele não deixaria passar uma oportunidade no estrelato.

SEB: "Foi a mesma [pressão] como todas os álbuns em que trabalhamos. 'Vamos fazer da mesma forma, mas melhor'. Acho que a Hopeless [Records] estava a bordo, então, sabíamos que estávamos no caminho certo. Nós sabíamos que tínhamos que impressionar, mas, ao mesmo tempo, não estávamos tentando impressionar ninguém."
"Foi o primeiro conjunto de músicas com a banda completa. 'Rain In July' era apenas eu, Ben e Lloyd [Roberts, ex-guitarra]. Fomos só nós três que trabalhamos nesse EP e, para ser justo, fomos apenas nós que trabalhamos em 'A History Of Bad Decisions' também. Mesmo as baterias sendo programadas, Dani [Abasi, bateria] desceu por um dia e trabalhamos na bateria juntos quando em 'Rain In July' fui só eu. Então Fil [Thorpe-Evans, baixo] desceu e fez o que fez, e tornou essas três faixas um pouco mais interessantes."

LEANDER: "Eu realmente gostei deles como pessoas. Tivemos essa reunião muito extensa onde todos nós gostamos. Eu realmente entendi de onde eles estavam vindo e eu realmente gostei de sua mistura de personalidades. West usava uma camiseta de transportadora e Dani usava uma blusa do Last Witness, mas Ben foi, obviamente, era muito apaixonado pelo pop-punk clássico. Ben sempre me intrigou, desde que vi o vídeo de 'A Part Of Me'. Ele era um cara interessante e ele tinha uma maneira única de se articular. Ele tinha apenas 17 naquela época e pude ver isso se afastando do centro das atenções, criativo, introspectivo e talentoso."
"Nós só precisávamos colocar tudo em forma, incluindo seus vocais. Mas ele tinha o que você procura. Essa qualidade de estrela. Ele tem estilo e mística. Ou ele não diz nada ou ele é incrivelmente robusto e fala por anos. Ele tinha a coisa do líder e aquela química mágica que você precisava para ser uma estrela. Eu pude ver isso no vídeo 'A Part Of Me'. Ele vem da sinceridade. Ele realmente significa isso. Ele está fechando os olhos e cantando como se ele realmente acredita nisso."

BEN: "Isso mostrou que estávamos aqui para fazer isso de verdade. Eu era muito jovem no momento,  18/19 anos. Tinha 17 anos quando escrevemos 'Rain In July'. Não tinha ideia de onde minhas habilidades estavam. Eu sabia que podia escrever uma música. Eu tinha todas essas letras e ideias, mas foi o próximo pequeno teste para mim. Quero dizer, nunca mais tocamos 'Up In Smoke', mas essa pode ser a minha música favorita que escrevemos. Foi a primeira música que escrevi sobre meus pais. Era eu tentando provar às pessoas que eu era bom nisso. Não era só eu reagindo à alguns términos ruins. Foi eu mostrando que poderia tirar algo dessas coisas diferentes que estavam acontecendo ao meu redor."


'A History of Bad Decisions' foi o próximo passo lógico. Essas três músicas segurariam os fãs do Neck Deep até que pudessem soltar um álbum completo e também adicionar um pouco mais de profundidade aos seus shows ao vivo. Todos os olhos estavam agora neles.

SEB: "É uma espécie de borrão porque foi tão rápido. Todo esse ano em que eles estavam explodindo é. Alguém só entraria com um riff ou um refrão ou um verso e nós simplesmente aceitávamos isso. Pensando individualmente nas músicas, 'Tables Turned' provavelmente tomou mais tempo. 'Head To The Ground' era apenas Ben e eu. Onde tentamos fazer as outras duas faixas, essa já estava praticamente pronta. Ben que escreveu. Desde uma idade jovem, quando escrevemos música, a coisa dele era acústico."
"Eu toquei para sua namorada o EP que ele gravou quando ele tinha 15 anos. Há letras lá que entram nas músicas do Neck Deep. Como por exemplo, 'Hands up if you've been left bruised and broken', que entrou em 'Life's Not Out To Get You'. Ele já entendia de composição, mesmo que, conscientemente, ele não soubesse o que estava fazendo. Penso que 'Up In Smoke' é a canção de ponte nesse EP. Essa foi o que conectou 'Rain In July' e 'Wishful Thinking'. Não é como se estivéssemos sentados e pensamos nisso. Isso aconteceu. Nós tínhamos uma ideia solta de qual maneira nós queríamos liderar."

BEN: "Eu acho que naquele momento era tudo bastante natural. Nós apenas tivemos que manter a bola rolando. Como, 'Nós temos alguma atenção e um pouco de barulho, então, se pudermos mantê-lo rolando em vez de aguardar o tempo todo para escrever um álbum completo...'. Sabíamos como a atenção das pessoas eram curtas e sabíamos que as pessoas não se importariam e permaneceram por muito tempo. 'A History Of Bad Decisions' estava éramos nós escrevendo uma extensão de 'Rain In July'."
"No geral, o EP estava nos provando que não éramos apenas um grupo de crianças do Reino Unido tentando fazer isso. Nós éramos um grupo de crianças que realmente estavam fazendo isso. Isso manteve o sonho vivo. Continuava perpetuando o fato que éramos uma boa banda e estávamos fazendo algo especial que outras bandas não estavam fazendo ou que tínhamos algo que outras bandas não tinham."

SEB: "Ben e eu sempre fomos o mesmo no fato de que realmente não pensamos em quão grande é a banda ou o quão bem eles estão. Sempre pensamos, 'o que quer que aconteça, vai acontecer'. Se fizer bem, muito bem. Se isso não acontecer, também está bem. Era literalmente apenas um caso de escrever música que queríamos escrever. Nós já estivemos escrevendo músicas juntos por 10 anos, então essa não foi nossa primeira experiência de escrita música. Era apenas uma questão de colocar um pouco mais de música para nós, mas em uma escala maior."
"Ninguém na banda nunca vê online nenhuma dessas coisas. Eu administro todas as suas mídias sociais. Sempre fui quem estava nos fóruns. Mesmo que eu não conte a eles o que as pessoas estão dizendo, tenho em mente. Eu sei o que as pessoas estão dizendo e eu sei o que elas gostam e o que elas não gostam. Antes era tudo sobre The Story So Far. As pessoas sabiam e os outros caras da banda também sabiam disso. Eu acho que houve uma decisão tomada para evitar isso, mas se escrevemos algo que gostamos e soou como The Story So Far, não ficaríamos, 'ah, não vamos usar isso'. No geral, ainda estávamos apenas escrevendo música para nós mesmos."


Nem todos entraram imediatamente à bordo. Pessimistas e odiadores estavam prontos e dispostos a rasgar a banda em todas as oportunidades, especialmente on-line.
Mesmo assim, isso não suavizou sua natureza. Apenas os inspirou a provar que todos estavam errados.

BEN: "Eu não acho que todos os odiadores foram conquistados. Mesmo agora. As pessoas ainda estão apenas tendo suas opiniões sobre nós. Naquela época, senti que éramos bastante novos e que as pessoas ainda não haviam escrito para nós. Ainda éramos bastante novos. Obviamente, houve algum elitismo de pessoas que não gostam de nada novo. Na maior parte, nós éramos potencialmente os próximos."
"Eu acho que foi o começo de algo grande. Não me achando, mas fomos o início da próxima onda do pop-punk do Reino Unido. Foi o começo de algo realmente especial e senti que muitas pessoas estavam gostando disso e sentiram isso também e queriam fazer parte disso. Mas sim, definitivamente havia muitas pessoas que não nos queriam. Eles não entenderam e achavam que era ruim, mas tudo bem. Tivemos que lidar muito com isso desde o primeiro dia. Nós sempre tivemos que provar para alguém que estava errado. Eu acho que fizemos isso."

SEB: "Ben e eu ouvimos esse tipo de música desde que Ben era super jovem. Nós sempre crescemos no Punk-O-Rama e encontramos nosso próprio caminho através do blink-182 e Green Day. Foi a partir de 'Rain In July', quando saímos e escrevemos algum pop-punk. Já tínhamos um amplo conhecimento. Nós ouvimos essa música há tanto tempo que agora está enraizada em nós. Não era como se tivéssemos visto que essas bandas estavam indo bem e nós queríamos fazer parte disso."

LEANDER: "Obviamente, eles tiveram que crescer como uma banda. O Neck Deep sempre foi um trabalho em progresso. As pessoas escrevem muito e é o que nós tivemos que trabalhar. Eles continuamente provaram à eles mesmos. Você tem esses cinco desajustes que nem mesmo o mais proficiente Simon Cowell poderia juntar. Neck Deep sempre foi essa coisa subjugada, mas valeu a pena para as pessoas que ficaram. Existe um círculo de confiança que se formou naqueles primeiros seis meses em torno de 'A History Of Bad Decisions'. Tudo o que somos agora veio disso."

Como eles dizem, o resto é história. Mas na época, tudo era apenas um negócio, como sempre: um monte de rapazes que faziam a música que amavam, só porque eles queriam. Isso não quer dizer que eles não estavam nem um pouco entusiasmados com o que estava acontecendo...

BEN: "Para mim, foi animador. Por mais ruim que fosse, estava tudo louco. Eu estava ansioso para escrever e ansioso para ver o que as pessoas pensavam sobre essas coisas em que trabalhávamos. Era a primeira vez que reconhecíamos verdadeiramente o potencial da banda e foi o que tornou o momento tão emocionante."

LEANDER: "Para mim, pessoalmente, era [sobre] a perseverança. Tive a certeza de que essa banda tinha e todos estavam me dizendo não. Eu estava tão certo. Jornalistas e agentes nos derrubaram. Ninguém acreditava que a pequena banda de Wrexham iria conseguir. Sinto que o período de seis meses de janeiro de 2013 a junho de 2013 foi o pilar de toda a carreira. Foram seis meses, "isso vai acontecer", e depois aconteceu."

SEB: "Foi um momento estranho. É sempre emocionante com o Neck Deep. Sinto como se a emoção tenha diminuído um pouco nos últimos dois anos, porque nos acostumamos a isso e acostumamos a ser surpreendidos. Eu acho que naquele momento era uma antecipação. Nós não estávamos tentando provar nada para ninguém, mas, ao mesmo tempo, com 'Rain In July' surgiu muita crítica. As pessoas nunca os aceitaram imediatamente, mas com 'A History Of Bad Decisions' foi uma espécie de 'foda-se', se você pode fazer isso em três músicas. Era um trem a vapor. Nós estávamos indo para frente, não importa o que. Estávamos escrevendo a música que queríamos escrever e nós sabíamos que tínhamos todas essas coisas legais alinhadas. Era apenas uma emoção. Tudo estava logo em frente."

E aí, qual sua música preferida desse EP?

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